Só rio

O engraçado é muleta 
pra ir atrás de quem não te quer

Ouvir as torturantes
Declarações pra ninguém
Contente com o 0,01%

O que oras são preciosas
Mas não voltam
O engraçado gasta
Pra dobrar secas lágrimas com um sorriso

Saber que um dia perfeito
Somem ao ver uma foto
Que um estalar de dedos
Vibram uma alma e tira a sua calma

Uma bela de uma piada
a inspiração
uma bela
piada, não?


Engraçado é 
Faz, tenta, aprende, jura...
Mas pra sí mente!

Quando não quer ser
Não há, não vai
Não é chamado

Seu corpo não é útil
Sem (a) graça
Indigente, indiferente

Se for, que te mereça
Seja, não obedeça
Ria de tudo no final
Afinal, eu rio, eu riacho, eu engasgo
Eu perco o ar, eu morro de rir
E ironizo o final...

Preciso tomar um porre....

Preciso tomar um porre...

Falar mal do amor
Reclamar da paixão
Colocar no congelador meu coração


Preciso tomar um porre...

Pra ouvir que fiz tudo certo
Que fui um cara de coração aberto
Que ela vai se arrepender

Preciso tomar um porre...

Gastar meus últimos centavos
Em goles, latas e litrões baratos
E afogar algum resíduo de apreço por ela

Preciso tomar um porre...

Acordar com aquela enxaqueca
Pra passar o resto da vida na certeza
Que o amor é pra quem não procura

1° EU

Ser mais sol
Menos sombra nessa teoria
Expôr sem impor
Merecer antes de querer ser
Exigir quando existir
Imaginar e não elogiar
Primeiro eu

Ser "ego" está claro
não super... não mais
foda-se
essa "hipocondria reversa caridosa"

Pernoites de "Id"
com a que sã 
vide atenta loucuras minhas

Rumores... não amores
que não ecoaram
mas me sentirão vibrar!

"Enfim... até"
que simples é
diz mto e pouco
E falta "mais tarde"
pq há inverdade
no futuro "olá"
q não haverá

Low Cura

"Você tem que se tratar!"
Tenho e vou
Me tratar bem
Me importar menos com alguém
Falar pouco, mas zen
Me conhecer e ser o "Quem?"
- Mas qual "quem"?

Quem eu bem me entender

AMOR COM FIM


Sim, o amor acabou,
mas obrigado por ter começado.
Fui feliz porque te amei
honrado por ter estado ao seu lado,
mas ainda que tua boca diga que me ama
o silêncio dos teus olhos aflige meu coração.
Houve um tempo que sorríamos muito
em que nossas mãos caminhavam unidas
como uma oração ao Deus da felicidade
e hoje, ainda que haja lágrimas
essa lembrança alivia a dor na despedida.
Peço perdão
se por acaso não cumpri a promessa da eternidade
porém fui eterno todas as vezes que, 
entre um sussurro e outro,
ajoelhei diante do milagre dos teu beijos.
E crucificado
na cruz dos dias que não davam certo
me sentia um deus
todas as noites
que ressuscitava em seu braços
o amor nosso de cada dia.
Não sei se posso ser seu amigo
depois ter sido seu amante,
mas depois de ter sido teu amante,
que graça tem ser seu amigo?
Não quero de volta as estrelas
que te dei
em troca de
todas as vezes que você me levou ao céu.
O amor é um presente
que poucos podem ter, ou dar.
Amar é um ato de coragem
já desamar requer humildade.
Quando se dá o último abraço
é porque já faltava braços há muito tempo.
Não quero entender o amor
de minha parte, só queria dizer obrigado.

SERGIO VAZ
*Do livro Flores de Alvenaria, Global Editora